Vez após vez, pode encontrar artigos na Internet ou na imprensa a alertar contra o uso de suplementos alimentares. Em geral, esses artigos focam-se no facto de que os suplementos alimentares só têm benefício em casos raros. Além disso, há avisos sobre os riscos para a saúde associados à toma dos produtos e à sua contaminação.
Mas o que são realmente os suplementos alimentares? De acordo com a Diretiva da UE 2002/46/CE, os suplementos alimentares são definidos como alimentos destinados a complementar a dieta geral. Consistem em nutrientes concentrados ou outras substâncias com um efeito nutricional ou fisiológico, como vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos gordos essenciais, fibras alimentares, extratos de plantas ou outros ingredientes.
Aqui está a nossa verificação de factos!
Podem os suplementos alimentares conter substâncias nocivas ou estar contaminados? O crime organizado oferece produtos na internet, não deve comprar produtos na internet.
Em geral, os fabricantes são responsáveis por garantir que os seus produtos cumprem o quadro legal. Isto é regulado por várias leis da UE e nacionais. Por exemplo, as vitaminas e minerais são precisamente definidas, incluindo a forma química permitida para ingestão e uma quantidade diária de referência. Para a utilização de plantas em certos grupos alimentares, a Bélgica(1) e a Itália(2), por exemplo, emitiram regulamentos para as plantas a serem usadas em suplementos alimentares.
Aconselhar contra a compra de produtos online é, claro, um tapa na cara para todos os fabricantes, especialmente num mundo onde as compras online estão a tornar-se cada vez mais populares. No entanto, os produtos nas lojas locais podem muitas vezes ser muito inferiores aos oferecidos online em termos de qualidade.
A NOSSA DICA: Procure fabricantes que produzam os seus produtos na UE, que os testem regularmente, que tornem os relatórios de especialistas publicamente disponíveis e que forneçam total transparência relativamente aos ingredientes.
Os suplementos alimentares são particularmente populares entre os atletas e frequentemente prometem efeitos mágicos.
Em geral, os atletas são muito mais conscientes da saúde e, por isso, também mais informados e abertos quando se trata do tema dos suplementos nutricionais. Eles estão cientes dos inúmeros benefícios dos pacotes de nutrientes.
As alegações de saúde relacionadas com suplementos alimentares são reguladas pelo Regulamento da UE sobre Alegações de Saúde (4). Os fabricantes de renome são orientados por estas alegações.
Os suplementos de vitamina D podem ajudar a cobrir a necessidade no inverno.
Este facto tem certamente sido conhecido há várias décadas e não deveria ser novidade para ninguém. As pessoas passam geralmente cada vez mais tempo em ambientes fechados, seja no trabalho ou em casa. A vitamina D só pode ser produzida sob a pele com a ajuda da luz solar direta. Os estudos mais recentes mostram que na nossa latitude cerca de 80% das pessoas têm uma deficiência e, em alguns casos, uma deficiência grave (5). Por isso, faz sentido tomar vitamina D durante todo o ano, já que a maioria das pessoas continua a trabalhar em ambientes fechados mesmo no verão.
Pessoas que seguem uma dieta vegan tendem a ter deficiência de ferro
Os estudos dizem exatamente o contrário. Um grande estudo com 65.000 participantes de Inglaterra (6) concluiu que veganos e vegetarianos tinham maior probabilidade de ter deficiência de vitamina B12, vitamina D, cálcio e zinco, e não de ferro.
Os suplementos alimentares não substituem a comida verdadeira, que já cobriria a necessidade de (micro)nutrientes.
Isto é geralmente verdade, mas quem é que hoje em dia come uma dieta equilibrada e saudável? A escolha de fast food e produtos de conveniência altamente processados supera em muito a disponibilidade de alimentos ricos em nutrientes.
Em 2004, um estudo inovador (7) sobre frutas e legumes descobriu que a maioria das culturas de jardim diminuiu significativamente em todas as áreas - desde proteínas e cálcio até ferro e vitamina C - desde 1950. 43 alimentos mostraram declínios óbvios e estatisticamente confiáveis (até 38%) para 6 nutrientes controlados (proteína, Ca, P, Fe, riboflavina e ácido ascórbico). As razões para isso residem no excesso de reprodução e produção em massa.
Pessoas com condições pré-existentes, mulheres grávidas, mães a amamentar, crianças e idosos devem ter cuidado ao tomar suplementos alimentares.
Isto é geralmente verdade e apenas porque existem poucos estudos nesta área e os fabricantes simplesmente querem proteger-se e não oferecer os produtos para este grupo. Por isso, é melhor jogar pelo seguro é o lema.
Pessoas que tomam medicação devem ter especial cuidado.
A questão aqui é se a medicação interage com suplementos alimentares ou vice-versa. No geral, é verdade que certas substâncias vegetais, como a piperina da pimenta preta, podem influenciar a absorção de nutrientes e medicação. Fabricantes reputados aderem à regra geralmente muito rigorosa de uma ingestão diária máxima de 2mg de piperina.
No entanto, os medicamentos também podem interagir com uma grande variedade de alimentos, como mostra o estudo (8). Portanto, isto não se limita aos suplementos alimentares. Então, as pessoas que tomam medicação não deveriam ter cuidado em geral?
A dose faz o veneno
Esta é certamente a melhor declaração que se encontra frequentemente. Há muito que desaconselhamos a toma de produtos em doses elevadas.
Demasiada vitamina A provavelmente leva a problemas com a estrutura óssea
De acordo com o estudo de Michelle Min Fang Yee et al. (9), uma ingestão adequada de vitamina A através da alimentação ou suplementos é necessária para manter a saúde óssea.
Em doses apropriadas que respeitam as ingestões de referência da UE, a vitamina A pode ter um efeito protetor no esqueleto. A hipervitaminose, uma sobredosagem, leva a problemas ósseos. Aqui também, é claro que a dosagem correta é importante.
Demasiado selénio é prejudicial à saúde e pode causar problemas cardiovasculares
É importante manter o equilíbrio do selénio no corpo e evitar sobredosagem, como com todos os micronutrientes.
O selénio desempenha um papel no sistema cardiovascular, estudos (9,10) mostram que uma deficiência de selénio pode levar a problemas cardiovasculares graves em alguns casos.
Cada empresa deve estar registada junto das autoridades.
Este é o quadro legal em muitos países da UE, incluindo Luxemburgo, Bélgica e Alemanha. Os produtos também devem ser registados junto das autoridades de saúde antes de serem vendidos. Estamos registados junto das autoridades de saúde de Luxemburgo sob o número LU-16192-Et.
Conclusão
Quando tomados corretamente e em conformidade com todas as regulamentações aplicáveis, os suplementos alimentares são seguros e oferecem vários benefícios. O segredo é escolher fornecedores reputados, usar suplementos alimentares de forma direcionada e evitar produtos com doses excessivas.
Referências:
- Bélgica: Arreté Real de 29 de Agosto de 1997 relativo à fabricação e ao comércio de géneros alimentícios compostos ou contendo plantas ou preparações de plantas
- Itália: Ministério da Saúde Decreto de 9 de julho de 2012 Regulamentação do uso em suplementos alimentares de substâncias e preparações vegetais
- Regulamento das Alegações de Saúde (Regulamento (CE) n.º 1924/2006)
- Estado e nutrição da vitamina D na Europa e Ásia (J Steroid Biochem Mol Biol. 2007)
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7613518/
- https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15637215/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3191675/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8003866/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8509311/
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1829306/